Bolha imobiliária chinesa começou com capitalismo de estado

Por um momento, enquanto a Evergrande beirava à falência, o presidente Xi poderia  provavelmente fazer uma coisa incrível: estourar a maior bolha imobiliária.

A implantação de terrenos na China e seus mercados habitacionais não só incentiva, mas praticamente exige a compra especulativa de imóveis.

Suponha que Xi precise tirar os especuladores do mercado. Nesse caso, ele terá que desenvolver um elemento crítico do sistema capitalista na China, onde o governo central estabelece uma meta de crescimento. Depois de estabelecer tal meta, os governos locais devem cumprí-la estimulando os mercados imobiliários. A Evergrande e outras incorporadoras imobiliárias são meramente transmissores nesta máquina geradora de crescimento.

Todo o sistema é dependente de clientes que compram apartamentos, assumindo que seus valores continuarão crescendo. 

Intenção do governo

Está ficando claro que Pequim não pretende deixar essa empresa entrar em colapso com sua dívida de US$300 bilhões. Em vez disso, as autoridades chinesas querem puni-la. Isso porque ela alertou outras incorporadoras sobre os perigos de empréstimos descontrolados.

Existem restrições à compra de propriedades na China. Por exemplo, em Pequim, os casais não podem ter duas casas.

Agora, as autoridades chinesas começaram a apertar a oferta, limitando o empréstimo de incorporadoras imobiliárias. Porém, no momento, elas parecem estar apenas lidando com as sobrecargas especulativas do sistema. Essas tentam ajustá-lo em vez de mudá-lo.

Até o final de 1987, todos os trabalhadores do país podiam viver em moradias de previdência estatal. Então, Zhu Rongji, primeiro-ministro decidiu vender todo o estoque de moradias urbanas do governo e, quase em um dia, a China se tornou um país de proprietários de casas.

Os preços dessas casas aumentaram ano após ano. A maioria dos investidores acredita que, se comprarem apartamentos, lucrarão com eles no futuro. É por isso que muitas pessoas compram mais de dois apartamentos caso consigam uma hipoteca. 

Nesse período, os governos municipais têm todos os motivos para apoiar o aumento dos preços. Visto que as vendas de terrenos são aproximadamente 47% da receita fiscal total do governo.