Ações, criptomoedas, commodities ou ouro

Um investidor de longo prazo provavelmente está mais preocupado com o conceito de reserva de valor. Consideramos este um ativo que deve superar a inflação, mas não está estritamente relacionado com ela.

Isso é verdade a curto prazo. As ações (assumindo um valor justo por um momento) são um ativo real. Seus fluxos de caixa subjacentes devem acompanhar a inflação a longo prazo. Elas atendem aos requisitos de reserva de valor. 

Porém, devido a dificuldades comportamentais, as avaliações podem ficar comprimidas durante os períodos inflacionários. 

Como resultado, elas não se correlacionam bem com a inflação como um hedge.

Títulos do Tesouro protegidos contra a inflação

Os Títulos do Tesouro Protegidos contra a Inflação (TIPS, sigla em inglês) são, obviamente, o tipo mais visível de seguro contra a inflação. Estes estão vinculados ao Consumer Price Index (CPI) e contam com total apoio do governo americano. 

Atualmente você está pagando cerca de 1% pelo benefício de não ter que se preocupar com a inflação. O equilíbrio da inflação (também conhecido como estimativa do mercado da provável taxa de inflação) também pode fazer parte disso.

Um limite de inflação é uma ferramenta semelhante à descrita acima. Esses instrumentos derivativos liquidam-se caso a inflação exceda um valor predeterminado. 

Isso se traduz em uma chance da inflação exceder um nível de limite específico em todo o mundo, referente aos limites máximo e mínimo da inflação. 

O Federal Reserve (Fed) de Minneapolis converte esse teto de inflação em uma probabilidade mais compreensível.

Commodities

As commodities, de acordo com o pensamento popular, são uma sólida proteção/reserva de valor para a inflação. 

No entanto, após a revisão dos dados, quer se tenha exposição a preços diretos de commodities ou de futuros, isso expõe que o conhecimento difundido não é inteligente.

Em termos de reserva de valor, às commodities não se deram bem. O Anexo 4 divide as entidades em duas categorias: petróleo e o restante (sendo procurado pelo Índice CRB referente aos preços de commodities à vista, cobrindo 22 itens individuais). 

Com um retorno real à vista de 1,2% ao longo deste período, o petróleo quase conseguiu operar como reserva de valor (embora com enorme volatilidade). 

Ao passo que as commodities não petrolíferas não serviram como reserva de valor, com um retorno real à vista de, por exemplo, -1,6%.

O retorno para uma posição de futuros de commodities consiste em três fatores – o retorno à vista, retorno de rotação e o retorno da garantia. Obviamente, o retorno de rotação é afetado pela forma da curva de futuros. 

Em relação à inflação, o ouro funcionou como uma reserva de valor durante o evento de inflação no final dos anos 1960/1970, gerando um retorno real de 15% ao ano entre 1967 e 1980. 

Está longe de ser evidente dizer que o ouro é uma boa reserva de valor em tempos de inflação. Além disso, é difícil determinar o que está incorporado no preço do ouro sem um senso de valor justo.

Conclusão

Uma distinção crucial deve ser observada entre hedges contra a inflação e depósitos de valor. O primeiro busca acompanhar as oscilações da inflação a curto prazo ou rastrear a inflação com muita precisão. 

Os instrumentos desta categoria incluem obrigações indexadas à inflação e limites máximos de inflação. Ao contrário da crença popular, as commodities não são uma excelente reserva de valor nem uma proteção contra a inflação.

Frequentemente, o ouro é citado como uma excelente proteção contra a inflação. Contudo, da perspectiva do investidor, sua falta de valor fundamental torna difícil entender o que está incluso no preço. 

Para os defensores das criptomoedas, ela provavelmente é o equivalente digital do ouro. 

Porém, seu valor fundamental é efetivamente nulo e, ao contrário da moeda fiduciária, ela não é reconhecida como uma forma de pagamento de impostos.