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A presidente do Banco Central Europeu pede um mix na política

Christine Lagarde, a nova presidenta no Banco Central Europeu, está pedindo um mix na política europeia. Em seu primeiro discurso na sua nova posição, a antiga chefe do FMI pontuou as principais mudanças nos modelos econômicos tradicionais como também no comércio mundial. Este pedido ocorre em um momento em que as principais economias europeias com superávit orçamentário enfrentam crescente pressão para gastarem.

O comércio mundial desacelerou

Atualmente, o mundo está enfrentando o seu mais lento crescimento global desde a grande crise financeira. Segundo Lagarde, há uma infinidade de fatores que afetam o crescimento do comércio. No topo da lista desses fatores estão tensões comerciais e incertezas geopolíticas, como as de Hong Kong e da China continental. O novo presidente do BCE reconhece que as mudanças experimentadas nos últimos tempos são estruturais.

Segundo Lagarde, os mercados emergentes são os principais impulsionadores dessa mudança. Nesse sentido, há uma mudança de investimento de consumo e fabricação para serviços. Além disso, a demanda doméstica é a mudança mais recente, afastando-se da demanda externa observada anteriormente. Enquanto os mercados emergentes contam com o comércio global para estimular seu crescimento por um longo tempo, a dinâmica está mudando. Mais do que nunca, as incertezas e a tecnologia estão impulsionando as mudanças estruturais experimentadas no mundo atualmente.

Comercial mundial reorganizado

A infiltração de tecnologia está mudando a maneira como a cadeia de suprimentos tradicional foi estabelecida. Além disso, novas tecnologias estão contribuindo para as principais mudanças experimentadas na organização do local de trabalho. Adicione isso a novos riscos emergentes das mudanças climáticas, e o comércio mundial está sendo reorganizado lentamente, de acordo com Lagarde. Todos estes têm efeitos importantes sobre as exportações da Zona Euro, compostas principalmente por bens intermediários e de capital.

Grandes economias como a dos EUA, que agora se concentram no comércio interno e não no comércio multilateral, estão agitando os mercados financeiros. Segundo Lagarde, isso não é momentâneo e mostra a nova ordem comercial mundial que os países da zona do euro devem coordenar.

Ela enfatizou a necessidade de as economias europeias se concentrarem mais no comércio interno para manter a competitividade do bloco. Além disso, ela alertou que o bloco não deve esperar os altos níveis de comércio experimentados anteriormente.

Segundo dados divulgados pelo BCE em setembro, a zona do euro prevê um crescimento de 1,1% neste ano e de 1,2% no próximo ano. Esses números estão após alterações nas mesmas previsões divulgadas em junho. Lagarde aconselha que a zona se concentre no comércio interno, mantendo seus principais negócios multilaterais.

A necessidade de mais investimentos

Segundo Lagarde, a melhor maneira de a Zona Euro se adaptar às mudanças é se os líderes adotarem uma nova combinação de políticas europeias. Ela incentiva mais investimentos, especialmente nos mercados domésticos, para ajudar a prova futura da zona contra influências externas.

Sua declaração chega em um momento em que há uma pressão crescente sobre os países da zona do euro com superávits orçamentários para gastar mais. Embora o investimento pareça uma opção viável, países como a Alemanha e a Holanda estão céticos em relação a isso. A razão para isso é que nenhum dos dois deseja aumentar seus níveis de dívida.



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