A manufatura da China cresceu em agosto e quase atingiu meta
Na segunda-feira, a China anunciou que sua atividade industrial para agosto continuou a expandir-se em uma trajetória de recuperação dos efeitos do confinamento por causa da pandemia do coronavírus.
O Bureau Nacional de Estatísticas informou que o Índice oficial de Gerentes de Compras (PMI) de agosto foi de 51,0 em relação aos 51,1 de julho, representando uma ligeira queda.
Apesar da expansão, um relatório da Reuters mostra que algumas áreas apresentaram atraso e expectativas perdidas, com o PMI esperado para agosto estimado em 51,2. As expectativas mais altas para agosto seguem o excelente desempenho em julho, que foi o ritmo mais rápido nas empresas industriais chinesas desde junho de 2018.
“Dados de alta frequência, como operação de alto-forno e produção diária de aço bruto, continuaram a subir em agosto, provavelmente impulsionados pelo aumento da demanda de infraestrutura.” Afirmou Jiang Dongying, analista de pesquisa da CIB.
Uma leitura do PMI acima de 50 representa expansão, enquanto qualquer valor abaixo disso representa contração. Os dados podem ser suportados por diversos eventos ocorridos em agosto, o que contribuiu significativamente para a pontuação do PMI.
O sul da China sofreu fortes inundações que afetaram a manufatura e elevaram os preços dos alimentos para uma alta anual de 11,1%, de acordo com o ministério do comércio. Os produtos alimentícios agrícolas também aumentaram em um total de 2%, o que elevou o acompanhamento por parte das autoridades para evitar casos de instabilidade social, que podem ser desencadeados pela inflação dos preços dos alimentos.
O aumento dos preços dos alimentos reduziu os ganhos dos restaurantes em cerca de 2%, disse Gao Huan, uma diretiva sênior sobre varejo e manufatura da consultoria Alvarez & Marsal que opera fora de Pequim. Huan acrescentou que o aumento dos preços dos alimentos é provocado principalmente pela oferta e demanda.
O próximo estímulo fiscal impulsionará um crescimento adicional
Enquanto o setor manufatureiro da China ainda está se recuperando dos confinamentos totais no início de 2020, dados recentes pintam um quadro de recuperação que mostra uma subida da produção industrial há meses até julho.
A produção industrial da China em julho subiu 4,8% a/a, com as vendas caindo 1,1%, segundo análise da Reuter. Enquanto analistas esperavam que o crescimento subisse rapidamente após os negócios retomarem gradualmente as operações junto com a produção, a queda nas vendas no varejo foi pior do que a expansão prevista de 0,1%.
“As vendas caíram pelo sétimo mês consecutivo com rastos de demanda lenta por parte dos consumidores, embora tenham sido relaxadas as medidas rigorosas de contenção em todo o país.”
A recuperação da manufatura foi a mais rápida com o PMI nivelando à medida que o crescimento do setor começou a voltar aos níveis anteriores ao coronavírus, disse Julian Evans-Pritchard, economista sênior da China na Capital Economics.
Evans-Pritchard acrescentou que a China pode ver um novo aumento na atividade industrial quando o governo executar seu apoio fiscal planejado nos próximos meses.
“Enquanto isso, é encorajador que a recuperação esteja se ampliando, com a atividade do setor de serviços agora em dia com a indústria. Isso resulta consistente com nossa visão de que uma recuperação liderada por investimentos acabaria por reforçar o sentimento dos consumidores e os gastos das famílias, mantendo a recuperação econômica global nos trilhos”, disse Evans-Pritchard
Entretanto, a semana começou com notícias econômicas positivas para a segunda maior economia do mundo e para a economia global, depois de um relatório do Wall Street Journal de que o Yuan da China está em seu nível mais forte em mais de um ano.
